Álbum Salsa’ n Jazz

Álbum Latin Jazz Thrill
2 de setembro de 2018
Portugal – Viana do Castelo
29 de agosto de 2018

Sobre o álbum

Samuel Quinto faz fluir o seu lado compositor com muita força, mas com extrema delicadeza, permitindo ao piano que lhe “toque”, criando uma atmosfera tal qual estivéssemos em um almoço daqueles de domingo em casa materna. À entrada, a faixa nº. 1 – Quinto’s Rhumba é como um abraço de boas-vindas, forte e festivo, nos preparando para a faixa nº. 2, Jaci – uma salsa com nome indígena-brasileiro, salpicada com um pouco de flamenco, talvez anunciando a devoção e o carinho encontrados em Bolero to Preta, a faixa nº. 3, que o artista dedica à própria mãe. Um bolero, como deve ser um bolero, simples, embora emocional. Salsa’n Jazz, a faixa nº. 4, que dá título a este trabalho, traz por dentro o jazz moderno, talvez por isso o baixo elétrico. Um verdadeiro serpentear de sabor rítmico que nos leva a desaguar na faixa nº. 5 – Ficou no Meio – um baião/salsa, a mostrar bem o lado brasileiro do Nordeste, evidente em Samuel Quinto. Ademais, não poderia faltar um cheirinho africano presente na faixa nº. 6 – Kalimba Mulêle – interessante observar que Samuel toca aqui a kalimba, um instrumento africano que se confunde com o piano, caso não se ouça com atenção, mas a mistura torna-se bastante interessante. Na faixa nº. 7 – Isabel (Para Você) encontramos um poema musical, feito em versos, cujos compassos são inspirados e transpirados num diálogo romântico entre o instrumento e o músico. Andorinha – a faixa nº. 8 – é um delicioso chorinho, um ritmo bem brasileiro e muito bem “encaixado” no cardápio, tal qual o voo do pássaro que lhe empresta o nome, indo em várias direções sem ser em ziguezague, traçando linhas dóceis e pulsantes ao mesmo tempo…e com uma terceira parte, como deve ter o choro. Enfim, para não deixar a refeição sem a sobremesa ou mesmo o licor digestivo, Samuel Quinto revisita o clássico da música americana, Stella by Starlight, em uma leitura empolgante que me leva a reescrever a frase inicial desta apresentação, mudando uma palavra apenas: “Quando toco piano, a vida toca os meus dedos…” Rui Vital

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